A capacitação permitiu ainda o apontamento de algumas provocações para ampliar o debate. “Estamos preparados? Vale o investimento? Precisamos dessas tecnologias? Qual o caminho a seguir baseado em nossa capacitação e mercado? Essa discussão faz sentido quando se analisa a cadeia como um todo e como organizá-la em torno de metas comuns”, explica o presidente do Núcleo.
Para o engenheiro Hélio Olga, um dos palestrantes do curso, a madeira tem um papel fundamental na industrialização da construção, por isso, o curso abordou questões como produtos industrializados feitos com a madeira, as suas origens, processos de fabricação, características, desempenho e recomendações, mas levando em conta o contexto brasileiro.
“A experiência em mais de 40 anos com madeira de diferentes origens permitiu traçar um panorama muito claro sobre como e para onde crescer. A vivência com o produto florestal nativo foi importante para aprender e para construir um mercado, mas também expôs o lado complicado das matas nativas como a origem, a sazonalidade, a distância, a falta de homogeneidade e baixo aproveitamento de certas espécies”, avalia o engenheiro, sócio da Ita Construtora, uma das empresas associadas ao Núcleo.
O engenheiro lembra que para demonstrar porque chegamos à laminação com eucalipto para construir uma produção industrializada, “foi fundamental entender como a economia de escala e o uso de soluções híbridas terá um papel relevante no nosso futuro imediato”.
A intenção da associação é levar esse curso para outras localidades, já que o interesse foi grande. Além disso, já está sendo preparado o segundo módulo para os profissionais que participaram desta primeira edição.
O Núcleo
O Núcleo nasceu no âmbito do Programa Madeira É Legal , que recentemente completou 10 anos, uma vez que o Programa, que tem um viés político e institucional, necessitava de um ente independente que teria como propósito uma abordagem mais técnica e mercadológica, reunindo representantes deste segmento para divulgar e demonstrar a viabilidade do uso sustentável da madeira na construção, além de dar suporte ao próprio setor. Para isso, a instituição – que não tem fins lucrativos – deseja conectar todos os pontos desta cadeia, desde empresas de base florestal, indústria madeireira, construtoras e outras empresas relacionadas, para reunir e mediar informações.
As ações do Núcleo são norteadas a partir de cinco Comissões Técnicas: Florestas, Componentes, Educação, Projeto e Construção. Cada comissão tem um coordenador técnico e grupos de trabalho específicos para temas como madeiras nativas, florestas industriais, divulgação, revisão de normas, formação profissional, mercado, legislação e madeira legal.
O Núcleo já está recebendo empresas e pessoas físicas que queiram se associar a entidade.
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